quarta-feira, 16 de março de 2016

PURIFICAÇÃO PELO FOGO



Johann Daniel Mylius - Philosophia reformata - 1622 - "La purification par le feu"


Vemos na direita um par consistindo de um Rei e uma Rainha. 
À esquerda, um alquimista com um incêndio. 
No fundo da aldeia aviso perceptivo. 
O par chegou na fase de purificação por fogo. 
Isto é para remover toda a sujidade e impurezas.
O casal é o protagonista e sua "alma gêmea", 
ou seja, seu lado feminino que chamamos Anima.


A putrefação é a corrupção da matéria, ou o Mercúrio filosofal, que se faz pelo fogo lento, pois o fogo forte consome e destrói; o fogo lento, ao contrário, é chamado o fogo da regeneração. Mas, antes que a geração possa ser feita, é preciso necessariamente que a corrupção aconteça antes; então, para fazê-la bem, é preciso saber, que quanto mais tempo for prolongado, mais ela será excelente, e levando-se em consideração que aqueles que a precipitam, aumentando o fogo, não fazem nada de bom, e jamais podem ter sucesso; é por isso que um Filósofo dizia: Omnis praecipitatio a diablo.

Quando se tem o grau do fogo, e que o ovo está bem selado com o selo de Hermes, de forma que nada respire, isto é, que alguns espíritos da matéria não possam fugir, a contar do dia que se começa a trabalhar essa matéria ou esse Mercúrio, quando está no ovo, no final de 40 ou 42 dias, ou talvez 52 no mais tardar, o negror começa a surgir, e é o sinal de que a putrefação está acontecendo e que o artista está no caminho correto.

Os filósofos lhe deram vários nomes, e o chamaram Ocidente, trevas, eclipse, lepra, cabeça de corvo, morte, e a mortificação do Mercúrio, para depois ressuscitar mais claro, mais nítido, mais puro, e mais forte do que antes, e assim ele recebe e adquire a virtude mineral do Sol, e da Lua, que ali se unem de forma inseparável, e que os Sábios nomearam o casamento filosofal, e o anel do soberano Elo. 



"Pela putrefação ele morre como corpo, 
por uma vegetação nova ele nasce como espírito" 

Dessa União do macho e da fêmea de mesma natureza e de mesma espécie (pois na geração de cada coisa é necessário ter seu semelhante) acontece a fecundação, ou sublimação nos elementos leves, de forma que essa terra negra, pelas contínua circulações que acontecem no ovo e que sempre recaem sobre esse corpo morto que é chamado pelos Sábios o corpo, a terra, o fixo e o fermento; e a parte que se eleva e que é a espiritual e a mais sútil, eles a nomearam a parte volátil, que recaindo faz por si mesma as embebições e calcinações necessárias, e que, quando mais se eleva, mais ela se sutiliza, e também calcina melhor esse corpo, e essa calcinação é a purgação do Mercúrio, e a congelação é uma fixação dos espíritos; de forma que depois de um longo tempo, de negro imundo que ele era, parece que foi limpo, purgado, purificado e ensaboado, pois está muito branco, é por isso que os Mestres da Arte lhe deram os nomes de lavações, purgações, purificações, ensaboamentos e abluções. No início a água aparecia, pois O Mercúrio é água, mas quando essa água é espessa e que o negro se revela, é então a terra negra que se revela.

Constata-se então que, por essa putrefação, acontece a separação do puro e do impuro. O que a Natureza não pôde fazer, mas é ao Artista que esse poder é devolvido, o que sendo bem feito, a matéria não pode mais permanecer em sua espécie nem em sua forma, mas bem dentro de seu gênero, e assim a matéria está disposta a receber a forma de todos os metais, e é uma operação, a única que a dispõe à separação de todas as partes que a compõem, não sendo de forma alguma permitido ao Artista, nem mesmo aos Anjos, destruir o gênero sem uma particular permissão de Deus, que assim o quis desde o início e desde a criação de todos os seres.


Heinrich von Bastdorff, 
O Fio de Ariadne (1965), p.96-99.




DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA





Você sabia que o despertar dói?

Sair do estado de dormência é muito estranho e incomoda.
Mas quando você realmente compreende o que é a liberdade pela verdade, a dor do parto vira orgasmo e você não tem mais como voltar a ser o que era antes.

Agora tem muita gente achando que "despertou" só porque acordou.
"Despertar não é acordar. É enxergar tudo o que os olhos não podem ver."

Despertar é não ser manipulado, religioso, enganado, politizado... Despertar é ver toda uma estrutura de crenças desabando; é ver as ditas histórias sagradas criadas por malucos não fazer qualquer sentido e entender que a humanidade está doente e que você fez parte disso até então.

Despertar é ver a si mesmo renascendo de dentro. Despertar é ver o véu mundano se desfazer e também ver a própria máscara cair em falência.

Despertar é a certeza de que não há superior ou inferior, mestre ou discípulo, forte ou fraco, divino ou aberração, céu ou inferno, saúde ou doença...

Despertar é saber que nada sei... é recomeçar sem ter que começar... é na verdade um DESPROGRAMAR.

Despertar é um vazio que agora é todo preenchido por você!
Quer saber mais sobre o despertar?

Então comece! Descubra em si mesmo!




Fábio Ibrahim El Khoury
Fonte: Ser Cósmico


PROCESSOS ALQUÍMICOS

O quádruplo globo rege essa obra do fogo". 
Michael Maier, Atalanta fugiens, Oppenheim, 1618, emblema XVII.


A transmutação é um conceito importante da alquimia, qual a transformação da matéria tem como objetivo se conseguir produzir a Pedra Filosofal. Em seu procedimento, os alquimistas teorizaram quatro estágios para essa operação.

Representam em ordem a transformação da matéria, começando pela corrosão do que ela era, fazendo com que ela deixe de ser o que era. Em seguida, ela passaria por uma espécie de transformação, uma mutação ou metamorfose, onde se chegaria próxima a perfeição e por fim na perfeição da Pedra Filosofal. Estas todas são as etapas da Opus Magnum, o preparo da Pedra Filosofal.

Os quatro são, respectivamente, o nigredo, albedo, citrinitas e rubedo:

Nigredo: A Operação Negra, ou simplesmente nigredo, seria a primeira etapa da Opus Magna, a arte se chegar ao Mercúrio dos Filósofos. Nesse estágio a matéria e dissolvida, entra em putrefação. É o primeito estado da alquimia, qual designavam a morte espiritual, onde a matéria "deixa de ser".

Albedo: Em seguida temos a Operação Branca, chamada albedo, a segunda etapa. Nesse estágio a substância é purificada, passando por um processo de purificação e dissipações até chegar a ser uma substância pura.

Citrinitas:
 Depois se tem a Operação Amarela, ou critinitas, a terceira etapa. Nesse estágio ocorre a conversão da prata em ouro em sentido literal, o chamado despertar da matéria. O processo se encontra quase concluído, faltando chegar em sua excelência.

Rubedo: Por fim há a Operação Vermelha, também chamada de rubedo, a quarta e última etapa. Nela se conclui a Opus Magna, o culminar da obra ou casamento alquímico. É a iluminação, quando a Pedra Filosofal está obtida e sua transformação se conclui.





Essas quatro etapas podem apresentar tanto sentido literal como figurado, pois embora a alquimia tivesse caráter científico, era também uma tradição filosófica. A transformação não ocorre só na matéria física, mais também no espírito de seu operador, internamente.

Com isso podemos dizer que do nigredo ao rubedo pode não ser apenas uma metodologia de procedimentos físicos, e sim, também, um desenvolvimento metódico do desenvolvimento racional do praticante, indo do reconhecimento de seus enganos até a iluminação espiritual por perfeição.

Fonte: Opera Magna