Alquimia
De acordo com
especialistas, alquimia é o nome da química praticada na Idade Média, que se
baseava na ideia de que todos os metais evoluem até virar ouro. Os alquimistas
tentavam acelerar esse processo em laboratório, por meio de experimentos com
fogo, água, terra e ar (os quatro elementos), empenhados principalmente na
descoberta de uma "pedra filosofal", capaz de transformar tudo em
ouro.
Os alquimistas eram vistos
como pessoas de hábitos estranhos - por exemplo, passar horas e horas
contemplando uma planta. Mas a simples observação da natureza parece tê-los
feito perceber o que hoje reza a física quântica: tudo no universo está
interligado. O médico suíço Philippus Paracelsus (1493-1541), por exemplo,
ficou famoso por curar as pessoas a partir dessa visão holística.
Ele recorria a conceitos
da alquimia, como o de que o sal, o mercúrio e o enxofre estão
presentes em tudo o que existe, inclusive dentro do homem.
Hoje, a antroposofia,
ciência espiritual que influencia diversas escolas do conhecimento, faz
analogia entre os princípios alquímicos e as forças básicas atuantes na alma
humana: o pensar (sal), o sentir (mercúrio) e querer(enxofre).
Para Ivan Stratievsky, médico e cirurgião antroposófico, o ouro alquímico, por
exemplo, nada mais é que o self, o verdadeiro Eu. "Para chegarmos
lá", diz ele, "precisamos lidar com as polaridades internas,
pensando, sentindo e querendo de maneira equilibrada."
Precursora da química e da
medicina, foi a ciência principal da Idade Média. A busca da pedra filosofal e
da capacidade de transmutação dos metais, incluía não só as experiências
químicas, mas também uma série de rituais. A filosofia Hermética era um dos
seus alicerces, assim também como partes de Cabala e da Magia.
A magia é a primeira das
ciências e a mais caluniada de todas, porque o vulgo obstina-se em confundir a
magia com a bruxaria supersticiosa cujas práticas abomináveis são denunciadas.
A Alquimia tomou
emprestado da Cabala todos os seus signos, e era na lei das
analogias, resultantes da harmonia dos contrários, que baseava suas operações.
Ao longo do tempo,
diversos alquimistas descobriram que a verdadeira transmutação ocorria no
próprio homem, numa espécie de Alquimia da Alma; diversos outros permaneceram
na busca sem sucesso do processo de transformações de metais menos nobres em
ouro; afirma-se que alguns mestres atingiram seus objetivos.
A alquimia também
preocupava-se com a Cosmogonia do Universo, com a astrologia e a matemática.
Os escritos alquímicos, constituíam-se muitas vezes, de modo codificado ou
dissimulado, daí, talvez a conotação dada ao termo hermético ( fechada),
acessível apenas para os iniciados.
A palavra alquimia, do
árabe, al-khimia, tem o mesmo significado de química, só que, esta
química, antigamente designada por espargiria, não é a que atualmente
conhecemos, mas sim, uma química transcendental e espiritualista. Sabe-se, que
al, em árabe, designa Ser supremo o Todo-Poderoso, como Al-lah. O termo alquimia,
designa desde os tempos mais recuados, a ciência de Deus, ou seja a química de
Al.
A alquimia é a arte de
trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da natureza. No sentido restrito
do termo, a alquimia sendo uma técnica é, por isso, uma arte prática. Como tal,
ela assenta sobre um conjunto de teorias relativas à constituição da matéria, à
formação de substâncias inanimadas e vivas, etc.
Para um alquimista, a
matéria é composta por três princípios fundamentais, Enxofre, Mercúrio e Sal,
os quais poderão ser combinados em diversas proporções, para formar novos
corpos.
No dizer de Roger
Bacon, no Espelho da Alquimia, «...A alquimia é a ciência que ensina a
preparar uma certa medicina ou elixir, o qual, sendo projetado sobre os metais
imperfeitos, lhe comunica a perfeição...»
A alquimia operativa,
aplicação direta da alquimia teórica, é a procura da pedra filosofal. Ela
reveste-se de dois aspectos principais: a medicina universal e a transmutação
dos metais, sendo uma, a prova real da outra.
Um alquimista, normalmente,
era também um médico, filósofo e astrólogo, tal como Paracelso,
Alberto Magno, Santo Agostinho, Frei Basílio Valentim e tantos outros grandes
Mestres hoje conhecidos pelas suas obras reputadas de verdadeiras.
Cada Mestre tinha os
seus discípulos a quem iniciava na Arte, transmitindo-lhe os seus
conhecimentos. Além disso, para que esse conhecimento perdurasse pelos tempos,
transmitiram-no também por escrito, nos livros que atualmente conhecemos, quase
sempre escritos sob pseudônimo, de forma velada, por meio de alegorias,
símbolos ou figuras.
É isto que dificulta o
estudo da alquimia, porque esses símbolos e figuras não têm um sentido
uniforme. Tudo era, e atualmente ainda é, deixado à obra e imaginação dos seus
autores.
A transmutação de qualquer
metal em ouro, o elixir da longa vida são na realidade coisas minúsculas diante
da compreensão do que somos. A Alquimia é a busca do entendimento da natureza,
a busca da sabedoria, dos grandes conhecimentos e o estudante de alquimia é um
andarilho a percorrer as estradas da vida.
O verdadeiro alquimista é
um iluminado, um sábio que compreende a simplicidade do nada absoluto. É capaz
de realizar coisas que a ciência e tecnologias atuais jamais conseguirão, pois
a Alquimia está pautada na energia espiritual e não somente no materialismo e a
ciência a muito tempo perdeu este caminho.
A Alquimia é o
conhecimento máximo, porém é muito difícil de ser aprendida ou descoberta.
Podemos levar anos até começarmos a perceber que nada sabemos, vamos então
começar imediatamente pois o prêmio para os que conseguirem é o mais alto de todos.
A Alquimia é uma Arte que
se utiliza de grande número de símbolos, e por isso mesmo muitas vezes há
referencias a ela com o nome de Ars Symbollica. O grande símbolo da
Alquimia é a borboleta, por causa do efeito da metamorfose. Um dos
símbolos que mais aparecem nos trabalhos de Alquimia é a figura do hermafrodita,
ou andrógino.
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