Eu Sou na Terra como Eu Sou no Céu.
(Deus é.)
Hermes Trismegisto
“Este texto foi referendado por todos os alquimistas e
dificilmente um alquimista não o sabia de cor ou não o tinha anotado em local
visível em seu laboratório, para constantes meditações. Este texto
alquímico foi escrito em uma esmeralda por Hermes
Trimegisto e apesar de muito reduzido contém todos os ensinamentos da
alquimia, basta conseguir interpretá-lo.
“Existem várias versões deste texto, porém com poucas
distorções, isto deve ser devido as inúmeras traduções de idiomas distintos.
Transcreveremos esse texto, com um brevíssimo comentário entre parênteses,
notando que ele nos faz percorrer um périplo que vai da trindade humana (corpo,
alma, espírito), a uma trindade cósmica (mundo natural, mundo humano,
mundo divino) para terminar na trindade divina (Espírito, Essência,
Energia-Vida).”
'Mistérios Antigos'
I - "É verdadeiro, sem falsidade, certo e muito verdadeiro
(A verdade nos três mundos)
II - "que àquilo que está em cima é igual àquilo
que está embaixo
(Lei da polaridade, da imantação)
e que àquilo que está embaixo é igual àquilo que está
em cima,
(Lei da analogia, lei dos sinais de apoio)
para realizar os milagres de uma única coisa.
(Lei do Ternário e de série, lei das correspondências)
III - "E da mesma forma que todas as coisas foram
e vieram do Um,
(Lei da unidade e da criação divinas, lei do Número)
assim todas as coisas nasceram desta coisa única por
simples ato de adaptação.
(Lei da adaptação)
IV - "O Sol é seu pai, a Lua sua mãe, o vento a
carregou em seu útero, a terra é sua ama de leite.
(Os quatro elementos: Fogo (Sol), Água (a
Lua, elemento úmido), Ar (o vento); Terra)
O Telesma (perfeição) de todo o mundo está aí.
Seu poder não tem limites sobre a Terra.
V - "Separarás os elementos da Terra daqueles do
Fogo, o sutil do grosseiro, cuidadosamente com grande habilidade.
(Arcano da salvação; separação do espírito (sutil)
e da matéria (espesso); espiritualização)
Sobe da Terra para o Céu e torna a descer para a Terra e une para si próprio a
força das coisas superiores e inferiores...
(Leis da involução e da evolução)
Desse modo, obterás a glória do mundo e as trevas se
afastarão de ti.
VI - "Esta coisa é a forte fortaleza de toda
força,
(Lei do amor e do sacrifício)
pois vence toda coisa sutil e penetra em toda coisa
sólida
(E pela lei do Amor que o Espírito move o universo)
VII - "Assim o mundo foi criado.
(Lei da realização. Amor e Sacrifício criam as obras
duráveis)
VIII - "Conseqüentemente esta é a fonte das
inúmeras e admiradas adaptações cujo meio está aqui.
IX - "Por esta razão sou chamado Hermes
Trimegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal."
(Conhecimento absoluto dos três planos do universo: divino, astral, físico)
"O que eu disse a respeito da operação do Sol está realizado e
aperfeiçoado."
AS ORIGENS
Nada há que permita estabelecer, com alguma segurança, a origem real, não da tábua propriamente dita - que, de resto, ninguém jamais viu - mas do texto que se diz ter sido ali gravado. Tudo quanto se sabe é que a referência mais antiga que se conhece, encontra-se num escrito árabe dos fins do século VIII, atribuído a Geber (ou Jabir) ibn Hayyan; no mundo cristão, Santo Alberto Magno (1200-1280) conhecia a sua versão em latim. Segundo o professor Georg Luck, a versão árabe pode reflectir um original grego que se perdeu, e a versão latina poderá ter sido feita a partir da árabe.
Desde então a Tábua de Esmeralda ou, para ser mais preciso, o seu texto, tornou-se famoso nos meios ocultistas em geral e nos alquimistas em particular, por ser considerado, essencialmente, uma fórmula alquímica relativa, quer à transmutação dos metais básicos, quer à divina regeneração humana. Daí que, com o correr dos tempos, a versão inicial em latim fosse sendo substituída por sucessivas traduções em línguas modernas, algumas das quais da autoria de nomes famosos como Isaac Newton, H.P.Blavatsky e Fulcanelli.
Há, no entanto, duas versões e dois autores que, por serem aceites pela maioria dos estudiosos, iremos apresentar: a primeira – e que reúne o maior consenso - afirma que o texto foi escrito, em caracteres fenícios, por Hermes Trismegisto; a segunda, cuja defesa está quase confinada à Maçonaria, pretende que o texto - que, aliás, pouco difere do anterior - foi escrito, em caracteres caldaicos, por Chiram, ou Hiram, ou ainda Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomão.
Há, ainda, uma terceira e inevitável opinião sobre textos, caracteres e autores, a dos críticos materialistas para os quais tudo não passa de uma fraude dos primeiros tempos da Idade Média; não percamos mais tempo com ela ...
A VERSÃO DE HERMES TRISMEGISTO
Na versão mais consensual, o texto começa com a frase Palavras secretas de Hermes, e antes de terminar diz ... por isso sou chamado Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria de todo o mundo; daí que se atribua a sua autoria a Hermes Trismegisto, embora não se saiba, com um mínimo de segurança, quem foi esta personagem, nem se existiu, sequer.