"Todos os bens chegaram até mim ao mesmo tempo que ela, essa Sabedoria do Sul que sai para pregar fora, faz ouvir sua voz nas praças públicas, grita nos ouvidos das multidões, expõe-se na entrada das portas da cidade, dizendo: 'Vinde a mim e sede iluminados, e vossas operações não virarão confusão; todos vós que me desjais seres agraciados com minha riqueza.
Vinde então, filhos, e eu vos ensinarei a ciência de Deus'."
São Tomás de Aquino
Ibn Umail enumera todos os
nomes da pedra filosofal que encontrou nos mais diversos autores, nomes que vão
desde os mais nobres aos mais aviltantes, por aí querendo dizer da dificuldade
de nomear e exprimir a sublime experiência da descoberta (revelação) do segredo
da alquimía. Zosimo é um dos autores referidos e foi na realidade um dos
importantes alquimistas gregos do séc. III cuja obra chegou até nós.
Os seu
tratados dirigem-se pretensamente a uma companheira discípula, Teosobeia, descrita
como inicianda, e deixando ver como desde o mítico Moisés com Maria, Flamel com
Perrenelle, ou a figura feminina do Mutus Liber oficiando no laboratório, o
“feminino” é a constante que completa e permite que a obra seja bem sucedida.
Michael Maier dirá, na Atalanta Fugiens, que o Sol precisa da Lua como o galo
precisa da galinha. Ibn Umail também, na sua enumeração dos símbolos, tinha
referido o galo e a galinha, mostrando o que Maier aqui demonstra: a copulação
que é conjunção, na linguagem mais depurada de um Jung ou uma Marie-Louise von
Franz, ao ocuparem-se da aurora consurgens e seu conteúdo mítico e simbólico.
Ora pela simbólica numérica, ora pelas figuras e suas legendas, verificamos sempre a alusão aos dois princípios fundadores da criação - evolução - integração das forças do Universo; e em paralelo com elas das pulsões e energias que motivam e conduzem o comportamento humano; neste as forças são as que respeitam ao corpo, espírito e alma e nos devem poder elevar a um superior entendimento do que somos (fomos e seremos) pois, como no ovo do alquimista, que Maier representa numa das suas gravuras, tudo o que virá a ser já no uno está contido, do primeiro princípio emanará todo o desdobramento que ele comporta.
Ora pela simbólica numérica, ora pelas figuras e suas legendas, verificamos sempre a alusão aos dois princípios fundadores da criação - evolução - integração das forças do Universo; e em paralelo com elas das pulsões e energias que motivam e conduzem o comportamento humano; neste as forças são as que respeitam ao corpo, espírito e alma e nos devem poder elevar a um superior entendimento do que somos (fomos e seremos) pois, como no ovo do alquimista, que Maier representa numa das suas gravuras, tudo o que virá a ser já no uno está contido, do primeiro princípio emanará todo o desdobramento que ele comporta.