quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A ALQUIMIA DE HERMES

Imagem: Reprodução


“O Egito parece ter sido realmente a ‘argamassa mística’ (Zózimo) onde se uniram os destinos da alquimia ocidental e do hermetismo grego-alexandrino, gnose neoplatônica no entanto bastante compósita. É sob os traços do deus egípcio Thoth que o Hermes-Mercúrio greco-latino teria, portanto, pela primeira vez manifestado aos homens seus poderes ocultos. 

Autenticando essa origem egípcia em sua famosa obra Symbola aureae mensae duodecim nationum (1617), Michael Maier (1566-1622) acabou realizando obra hermetista ao evidenciar que analogias unem símbolos cristãos e pagãos. 

Mas outras hipóteses não devem ser negligenciadas: as teurgias do fogo praticadas pelos cabires na ilha da Samotrácia, por exemplo, como sugere René Alleau em Aspectos da alquimia ocidental tradicional (1953), em que a hipótese de um estreito parentesco entre as alquimias ocidental e chinesa (taoista) é igualmente desenvolvida; sendo ambas tão preocupadas com o aperfeiçoamento dos metais quanto pela prolongação da vida em ‘corpo’ de imortalidade.”


FrançoiseBornadel, professora de Filosofia na Sorbonne e escritora


“É realmente um erro termos tomado os alquimistas como os percursores dos químicos, uma vez que eles olhavam a virtude mais pura e a sabedoria como uma condição indispensável ao sucesso de suas manipulações, e em contrapartida Lavoisier buscava, para unir oxigênio e o hidrogênio na água, uma receita suscetível de funcionar entre as mãos de um idiota ou de um criminoso tão bem quanto entre as suas próprias. Todas as civilizações diferentes das da Europa moderna consistem essencialmente na elaboração de imagens dessa espécie.”

Simone Weilfoi uma escritora, mística e filósofa francesa


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